Wednesday, February 21, 2007

Hilda Hilst: Alcóolicas (III)






III.
Heights, strips, I climb them, I cut them out
And the two of us hover, Life and I
In the red of the tempest. Drunk,
We dive clear-headed into the croaking wine.
What stylish jest. What straight-backed
Seraphins. The two of us in vapors,
Lyrical and lobotomized, and the ditch
Becomes peak, and mud is transluscent
And Nothing is extreme.
I unpeel mad daily life
And its pasty rite of paraboles.
Patient, priestesslike, very well-mannered
We await the tepid dusk, the glass, the house.

Ah, everything becomes dignified when life is liquid.


III.
Alturas, tiras, subo-as, recorto-as
E pairamos as duas, eu e a Vida
No carmim da borrasca. Embriagadas
Mergulhamos nítidas num borraçal que coaxa.
Que estilosa galhofa. Que desempenados
Serafins. Nós duas nos vapores
Lobotômicas líricas, e a gaivagem
se transforma em galarim, e é translúcida
A lama e é extremoso o Nada.
Descasco o dementado cotidiano
E seu rito pastoso de parábolas.
Pacientes, canonisas, muito bem-educadas
Aguardamos o tépido poente, o copo, a casa.

Ah, o todo se dignifica quando a vida é líquida.



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