Monday, March 19, 2007
Paulo Leminski: Iceberg
An Arctic poem,
Of course, that is what I want.
A pale practice,
Three verses in ice.
A surface-phrase
Where no life-phrase
Will be possible.
No more phrases. None.
A null lyre,
Reduced to the purest minimum,
A blink of the soul,
The only unique thing.
But I speak. And, in speaking, I cause
Clouds of equivocations
(Or a swarm of monologues?)
Yes, winter, we are alive.
Uma poesia ártica,
claro, é isso que eu desejo.
Uma prática pálida,
três versos de gelo.
Uma frase-superfície
onde vida-frase alguma
não seja mais possível.
Frase, não, Nenhuma.
Uma lira nula,
reduzida ao puro mínimo,
um piscar do espírito,
a única coisa única.
Mas falo. E, ao falar, provoco
nuvens de equívocos
(ou enxame de monólogos?)
Sim, inverno, estamos vivos.
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